A verdade nem sempre depende de fatos. Nos jornais, no Congresso ou no boteco, ela é freqüentemente empacotada, com táticas perversas e milenares.
Conhecer essas técnicas é um bom jeito de se defender contra elas. E fazer a sua opinião prevalecer:
1. Capte a benevolência
Siga a dica da retórica romana (captatio benevolentiae) e adule o interlocutor. Ou diga coisas com que ele certamente concorda. Assim, é mais fácil fazer as pessoas ficarem dispostas a prestar atenção no que você diz.
2. Exagere o argumento do adversário
Interprete o que ele diz do modo mais genérico possível, fazendo-o parecer absurdo. É a “técnica do espantalho”, também chamada de “ampliação indevida” pelo filósofo Arthur Schopenhauer.
3. Entre na onda
Concorde com parte dos argumentos do outro, para, a partir daí, traçar a própria conclusão.
4. Invalide as opiniões dele
Use a tática ad hominem, o argumento “contra a pessoa”. Em vez de questionar o que o seu adversário disse, desqualifique-o.
5. Repita
Use o mesmo argumento do adversário. Mas a seu favor.
6. Revele a tática
Mostre que ele está usando uma tática para ganhar a discussão. Aproveite para fingir que você venceu.
OUTRAS DICAS
Mantenha a calma
O tom da fala vale mais que bons argumentos. Fique calmo e aberto ao que o adversário tem a dizer, sem parecer que o desfecho da conversa é uma questão pessoal. Em vez de ficar nervoso, tente irritar o outro.
Fique um passo à frente
Se você já tem uma idéia do que o adversário vai dizer e quais serão seus argumentos, antecipe-os, já mostrando por que estão errados. É provável que ele não insista em afirmá-los. Caso contrário, será repetitivo.
Classifique o adversário
“Um modo rápido de eliminar uma afirmação é reduzi-la a uma categoria geralmente detestada”, sugere o filósofo Schopenhauer. É por isso que quem é contra as cotas vira racista, quem quer um salário melhor é comunista.
Texto Leandro Narloch
O Blog de Caraguá - k
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