sábado, 25 de junho de 2011

Educação ecológica começa no berço

Consciência ambiental pode começar no berço, literalmente. Tudo depende de mães empenhadas em aproveitar alternativas para que os bebês possam ter um mundo um pouco melhor para respirar e viver, reduzindo a quantidade de lixo e "aliviando" o meio ambiente.

Assim, crescer fica muito mais fácil e melhor.
No Canadá, um grupo de mães criou o site "Take Action on Climate Change" ou "Faça alguma coisa sobre as mudanças climáticas" e participa ativamente na intervenção de leis que melhorem as relações entre produção e meio-ambiente.

Nos Estados Unidos um movimento parecido é do "EcoMomAlliance", uma rede de mães trabalhando juntas na intenção de criar um mundo mais sustentável. No site, há até 10 passos do desafio de ser uma mãe ecologicamente correta (veja Box abaixo). Aqui no Brasil, uma campanha já encerrada do GreenPeace ainda tem o site no ar. Trata-se do "Mães pelo Clima", um espaço de publicação de fotos de mães preocupadas com o futuro do planeta.
O truque para repetir o que essas mães aí já fazem é começar por eliminar o supérfluo. Já notou quantas fraldas seu bebê gasta por dia, por exemplo? Um recém-nascido necessita de, em média, 11 trocas diárias. Isso significa que, ao longo dos dois anos, você terá gasto mais de 7 mil fraldas - e todas elas vão para o lixo. Para ajudar, você pode trocar as descartáveis pelas boas e velhas feitas de pano. Atualmente existem marcas especializadas nesse tipo de produto e a maioria é estampada, super bonitinha.


A facilidade das fraldas descartáveis é óbvia - mas não tão óbvio assim é o impacto que ela causa. Feitas de papel alvejado, material plástico e contém ingredientes como metais, surfactantes, desinfetantes, fragrâncias, bactericidas, fungicidas, gel absorvente, colas e organocloretos demoram quase 600 anos para se decompor. Precisa mais? As chances de o seu pequeno desenvolver uma alergia ou mesmo a típica assadura são enormes.

Para se acostumar com a (velha-nova) ideia de utilizar fraldas de pano, comece como tudo aquilo que é novidade: de maneira moderada. "Eu consideraria não dispensar completamente as descartáveis. Há momentos em que elas são necessárias, onde a praticidade fala mais alto como, por exemplo, em uma viagem ou quando está na correria do dia a dia", aconselha Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de oceanos do Greenpeace Brasil. "Nós temos um problema no mundo todo com descarte de lixo e não há muito mais o que fazer. Estamos produzindo lixos que ocuparão um espaço que não temos. E, na hora de queimar, liberamos gases de efeito estufa", lamenta.

Além das fraldas, outra boa ideia é mudar de hábito na hora de lavar as roupinhas, como utilizar produtos de limpeza biodegradáveis "Recomendo também que espere o acúmulo de roupas para utilizar de uma única vez a lavadora. Assim, você estará contribuindo não só para o gasto com água, mas também com o de energia", afirma Leandra. Há empresas como a brasileira Cassiopéia, por exemplo, especializadas em produzir produtos de limpeza biodegradáveis e naturais. Vale pesquisar.

Alimentação sustentável (e saudável)
A partir dos seis meses de idade, os pequenos já podem ter em sua dieta uma quantidade de alimentos pastosos, com a famosa "papinha". Para não descartar potes e mais potes de comidinhas industrializadas, você pode preparar uma refeição caseira, sem conservante, garantindo ainda alimentos fresquinhos. "Quando for comprar alimentos para a papinha, opte pelos orgânicos, que não possuem agrotóxicos. Além disso, ao comprar frutas, sempre escolha aquelas que são da estação. Cada vez que compra as que não são da estação ou não são produzidas no Brasil, está contribuindo para a emissão de CO2 usado no transporte delas para sua casa", explica a coordenadora. Falando em transporte, sempre que for passear com o seu bebê para um lugar próximo de casa, prefira caminhadas. "Assim a mãe também diminui os gases tóxicos liberados pelo carro".

Economize no berço, brinquedos e roupinhas
Na hora de comprar o berço, a melhor escolha, segundo Leandra, são aqueles que possuem a certificação do "Forest Stewardship Council". "O FSC é o único órgão certificador que temos. Eles acompanham todo o processo da cadeia de produção, assegurando que aquela madeira consumida é legal".

Brinquedos podem ser de segunda mão. Depois de alguns anos de uso, você perceberá que o bebê naturalmente irá se interessar por outras coisas. Esses brinquedinhos podem ser ainda doados para creches e orfanatos. O mesmo acontece com as roupinhas. Bebês crescem rápido nos primeiros anos de vida e, consequentemente, as roupinhas irão com a mesma velocidade para o lixo. Doe ou passe de um filho para o outro, se for o caso. A verdade é que os bebês não precisam de muito e essa mania de acumular coisas no quarto - que nem sempre são utilizadas - é dos pais.

Optar pela utilização continua de produtos orgânicos - desde a loção hidratante até mesmo lençóis e fronhas - não parece, mas também contribuem com a diminuição da degradação do meio ambiente. "Evitar qualquer produto agrotóxico ou que possuam substâncias tóxicas já é uma contribuição individual que você dá ao planeta", diz Leandra.

E, quando as crianças já estiverem mais crescidinhas e começaram a fazer algumas atividades sozinhas, as mamães precisam continuar a educação verde dentro de casa. Atitudes pequenas - mais importantíssimas - como desligar a água enquanto escovam os dentes, sempre fechar a porta da geladeira e apagar as luzes após sair de algum cômodo da casa devem ser hábito. "Busque utilizar lâmpadas econômicas no quarto das crianças. As fluorescentes são mais econômicas que as incandescentes (comuns, de luz amarelada)", lembra Leandra. Além disso, ela indica mais cuidado para aparelhos em ‘stand by’, que também têm um gasto de energia desnecessário. "O melhor seria desligá-los", encerra.
Terra/Vida/ Mãe e Filhos
Caraguablog/JFPr

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